in loco

Sunday, December 03, 2006



Coronelismo Petista

O Brasil chega a reta final do ano com números tão assustadores quanto otimistas. A ambigüidade pode ser analisada pelos últimos números divulgados pelo IPEA DATA. Só nas regiões metropolitanas Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, o percentual de desempregados aterriza o percentual de 9.8% da população em idade ativa, sendo um dos melhores da última década. Razoavelmente bom, se considerarmos os 13,01% de abril de 2004. A verdade é que o desemprego nessa região é estável, permanecendo na casa dos 10%, ora a mais, ora a menos. O que significa dizer que esse contingente que teoricamente não está empregado, deixa de contribuir com impostos relativos a previdência e paralelamente deixa de consumir ou investir, prejudicando assim o comércio em geral. Mas, no entanto, não deixa de usufruir todo aparato oferecido pelo Estado, como escolas, hospitais e, agora, mas do que nunca, de programas assistencialistas, que não resolvem a questão crucial do desemprego, e nem elevam a uma condição mais digna as famílias de seus beneficiados. Em levantamento superficial, dois doutores em Direito especializados em Direito Eleitoral e Direito em Relações Sociais, Alberto Rollo e Arthur Rollo, encontraram cerca de 22 programas assistencialistas de âmbito nacional, alguns com razões muito mais eleitoreiras do que sociais.

Ninguém dúvida que seja preciso “dar de comer a quem tem fome”, mas tão importante quanto alimentar famintos, é proporcionar aos mesmos uma condição de dignidade. Inseri-los no mercado de trabalho, propiciar que os mesmos sejam capazes de, por si só, serem responsáveis pelo seu sustento e de sua família. Está na hora, e se já não passou dela, de como mesmo Presidente já proferiu, permitir que agora “Cada pescador possa pescar o seu Peixe”. É chegado o momento de como cantado em sua Campanha pelas eleições, “deixar o homem trabalhar”.

A questão não é que os programas devam ser abandonados por completo, mas modificações em relação a sua estrutura devem ser repensadas. Programas como o Bolsa Família e o Fome Zero, servem apenas como distribuição de recursos em troca de nada.
O manto de virtude do PT, o coronelismo ou como, preferem seus aliados, o assistencialismo do partido proporciona a 8,5 milhões de brasileiros atendidos pelo programa, e a mais 170 milhões de brasileiros que não usufruem dele, a hipnótica idéia de que sua função é dar melhores condições de vida a seus beneficiários, quando na verdade é habituá-los a uma eterna dependência do Estado.
Fotografia: Mickele Petruccelli